domingo, 6 de janeiro de 2013

Carrancas / MG - A cidade e cachoeiras



“De onde você tirou esse lugar, Manu?”. Essa foi a pergunta que o Leo me fez quando sugeri Carrancas para a nossa viagem do feriado de 15 de novembro. Até o momento eu não sei exatamente onde/quando foi que eu tomei conhecimento desta cidade. Através de algum blog, provavelmente... A única coisa que decorei foi o fato de Carrancas ser “a terra das cachoeiras”. E desde que pisei pela primeira vez em uma cachoeira, curiosamente na data de início da Era de Aquarius, desenvolvi uma paixão pela energia incrível das águas doces. Então, se aquele lugar era exatamente a terra delas, não tinha com não ser bom, certo?
Essa foi mais uma viagem fechada no deadline (sim, somos especialistas nisso). Nessas horas, temos uma sorte danada de morar no Rio de Janeiro, que é cheinho de opções deliciosas e, ainda por cima, podemos recorrer aos vizinhos São Paulo e – principalmente - Minas Gerais. E pra quem gosta de se esconder no meio do mato, minha querida Minas nunca decepciona.

Crédito: eu.


A Cidade
Carrancas está situada em Minas Gerais, pouco depois de Tiradentes, na chamada Estrada Real. Partindo do Rio de Janeiro, são cerca de 400km até lá ou 5h15 de carro, 3 pedágios, estradas boas e também estradas de terra, e uma serra. Uma hora vc chega!
Nós fomos até Barbacena pela BR040 e seguimos em direção a São João del Rei pela BR265 até chegar em Itutinga (cidade antes de Lavras). Então entramos em Itutinga para pegar a MG451 até Carrancas – são 27 kms até lá.
A cidade de Carrancas é bem pequena, mas conta com alguma infra-estrutura: alguns (poucos) restaurantes, um mercado, uma farmácia, uma agência da Caixa (acho), agências de turismo e, claro, uma pracinha com igreja e coreto. Celular pega bem marromeno e não tô lembrando se aceitam cartão de crédito com frequência, então vá preparado. A vida noturna parece inexistente, pelo menos nós não identificamos nada além da festa à fantasia no bar/boate da cidade cujo prêmio para o 1o. colocado era um pen drive com músicas selecionadas pelo DJ. Ficamos lá 4 dias: não deu para conhecer tudo, mas foi o suficiente para uma única viagem.

Tem que ter praça com igreja e coreto. Crédito: eu.




Hotel
A pousada foi escolhida através do Guia 4 Rodas, que gosto bastante. Ficamos com a “Verde Em Cantos” e não nos arrependemos: os chalés são bem confortáveis, com decoração rústica e aconchegante, lareira para espantar o frio do inverno (no nosso caso, nem usamos), banheiro bom, varandinha que foi muito bem usada à noite para apreciar as estrelas do maravilhoso céu carranquense e donos muito, mas muito simpáticos. O Éder e a Solange realmente nos conquistaram com o carisma e cuidado deles. Só o café da manhã é que me decepcionou um pouquinho, mas levem em consideração que sou bem exigente neste quesito... De resto, tudo perfeito. É bom atentar também que a pousada fica na estrada para a cidade, e não no centrinho. Mas como não tem absolutamente nada a fazer em Carrancas (ou quase isso, rsrs), isso não foi um problema, pelo contrário, a estrutura dela não ia ser possível no centro. Super indico essa pousada.
 
 

Passeios
 
Já sei que vou começar a pieguice, igual quando descrevi as praias do Litoral Norte. Mas a verdade é: as cachoeiras de Carrancas são lindíssimas e isso vocês verão pelas fotos. Então vou ser bem breve ao descrevê-las, combinado?
Um ponto importante antes de iniciar essa parte é: durante a pesquisa pré-viagem, li em muitos lugares que, em Carrancas, é essencial a contratação de um guia para achar as cachoeiras. Olha, não quero ninguém perdido pelo mato, mas achamos isso um exagero. Obviamente, só posso falar do que fiz, e nesse caso, conseguimos nos virar muito bem e obrigado pela cidade (tá, com direito a se perder algumas vezes, mas isso também faz parte). Agora é uma verdade que as cachoeiras não são bem sinalizadas, então converse com as pessoas para descobrir as melhores formas de se chegar onde quer.

Cachoeira da Fumaça: vou começar pelo cartão-postal da cidade. Visitamos a cachoeira da Fumaça numa manhã, quando o tempo ainda estava fechado (enquanto estivemos lá, todos os dias amanheceram nublados, no melhor estilo San Francisco way of weather, mas logo depois abria um sol lindo). Sinceramente, não vi nada demais, ainda porque é a única cachoeira poluída da cidade – uma tristeza. Não conhecemos mais nenhuma outra cachoeira desse percurso, então não posso opinar sobre as demais. (viram, eu não elogio tudo... rsrs)

As minhas fotos ficaram horrorosas, então tive que pegar emprestado do Google. Crédito: aqui.


Cachoeira do Moinho: essa cachoeira está bem pertinho da pousada, então, assim que chegamos no hotel, trocamos de roupa e zarpamos para lá para lavar a alma, por indicação do Éder. Para chegar a ela existe uma trilha que tá mais para um caminho, bem tranquilo de se percorrer. Ficamos na primeira cachoeira do complexo (que tem mais uma ou duas cachoeiras), mergulhamos naquelas águas geladas... e pronto, o tempo virou e começou a chover. E não é que foi uma delícia? Nessas horas a minha única preocupação é com tromba-d’água, mas eu já tinha questionado o Éder e, segundo, ele isso não seria um problema. Pelo que vi, também achei difícil ter algum risco – olha eu, achando que entendo alguma coisa de cachoeira! Rsrs Então tratei de curtir. Foi uma dupla lavagem de alma!

Cachoeira do Tira Prosa: essa cachoeira foi um pouco mais difícil de achar... Talvez porque ela não esteja entre os circuitos mais famosos, então não tem placa nenhuma sinalizando o caminho. Infelizmente, graças ao meu sensor aranha totalmente atrapalhado, não conseguirei dar dica nenhuma por aqui, mas pergunta lá na cidade que alguma alma vai saber te explicar. O acesso a ela, em compensação, é bem fácil: você estaciona num pasto enorme e daí é só descer um pedacinho, não tem trilha nem nada. Ela não é linda, mas é bem gostosinha.

Monte Teta: no fim da tarde do primeiro dia, decidimos ir ao Monte Teta ver o pôr-do-sol porque tínhamos lido em algum blog que era de chorar. Rodamos um pouco e chegamos num local que achamos que é o tal do Monte Teta, mas não existe nenhuma placa ou mapa que confirme isso. Pelo menos , o pôr do sol estava a altura. Pena que, pra variar, não sei explicar direito como chegar. Só sei que, na estrada de chegada a Carrancas, você tem que virar à direita (na direção de quem está indo para a cidade) na altura da entrada da Pousada XPTO (pergunte onde você está hospedado se eles sabem o nome dessa pousada). De lá, seguimos em linha reta, atravessando todos os portões que estavam pelo caminho, nem sei se são propriedades particulares, porque não tem absolutamente nada por lá, nem uma casa, nem nada. Os portões ficam fechados, mas não trancados, então é só abrir – e fechar de volta, por favor. Chegamos por volta das 18h00 / 18h30 e realmente fez um espetáculo de pôr do sol. Vale a pena!



Crédito: eu.

Racha da Zilda: ponto alto do passeio! Mais uma vez decidimos ir sozinhos, mas para entrar no cânion, é obrigatória a presença de um guia. Fechamos então com a EcoAdventure, que é a única empresa com guias com permissão para te levar para dentro do cânion. O passeio fica em R$30 por pessoa, mais R$20, se você quiser alugar roupa de neoprene (nota: faça isso ou leve a sua, porque a água é MUITO gelada). Pagamos na central da EcoAdventure no centrinho da cidade e partimos sozinhos para o Complexo da Zilda. Esse é o complexo mais famoso da cidade e também tem pouquíssimas placas. O macete é ir seguindo os marcos da Estrada Real, que acompanham boa parte do caminho. Na agência eles explicaram tudo direitinho pra gente, então não teve erro. Ao chegar no Complexo, você dará num imenso pasto onde os carros estarão estacionados. Lá tem uma plaquinha dando os direcionamentos, mas basicamente é o seguinte: do lado esquerdo de quem entra neste pasto estão a cachoeira dos Índios e da Zilda; no lado direito, o escorregador da Zilda e em frente a entrada para a cachoeira dos Anjos e a Racha da Zilda. No terceiro caminho tem uma guaritinha onde você paga uma quantia simbólica pela entrada (acho que eram R$2 por pessoa) e aproveita para pegar informações. A trilha para a Racha é um pouco mais pesada, em meio às pedras, que vc sobe e desce o tempo todo, uma travessia pelo rio, mas também não é nada tão difícil... Tinha gente carregando até cachorro! Só não aconselho para quem é um pouco mais velho e acho perigoso para crianças também. São uns 15 minutos até a chegada, então não dá tempo de matar ninguém, rs. Chegamos por volta do meio-dia, que é a melhor hora por conta do posicionamento do sol. Os raios entram pelo cânion e a água fica verdinha, uma lindeza. O guia que fez a nossa travessia foi o simpático Jesus (que nome apropriado para um guia, rsrs). Na entrada, vc passa pelo poço do Sonrisal, que pode até dar algum medinho, mas nessas horas é só mentalizar “Se a Manu foi....”. É tiro e queda! Rsrs O cânion tem três galerias, sendo a última com uma cachoeira (ih, estraguei a surpresa!). Muito lindo! É uma experiência bem legal!

Crédito: eu.

Também tive que pegar essa foto do Google. Crédito: Os Teixeiras.



Cachoeira dos Anjos: a cachoeira da entrada da racha é simplesmente uma das mais bonitas que vimos! Depois do passeio, você pode ficar por lá, tomando aquele banho delícia ou, se for mais aventureiro, fazer rapel com o outro guia que fica por lá. Eu preferir só curtir a água geladinha mesmo, então não sei explicar sobre isso, mas perguntando na EcoAdventure não deve ter erro.

Crédito: eu.



Cachoeira dos Índios: também entrou para a minha lista de favoritas. Ela fica do lado do restaurante que almoçamos, um acesso meeeega fácil. Não tem nenhuma grande queda d’agua, mas é uma graça, com partes planas para deitar e pegar sol, do jeitinho que eu curto.

Delicinha, não? Crédito: eu.


Cachoeira da Zilda: fomos já no fim do dia. Atravessando a cachoeira dos Índios começa a trilha para a Zilda. É uma trilha fácil também, sem grandes dificuldades. Essa é uma das cachoeiras mais faladas do local, mas provavelmente porque fomos num horário que não batia sol na cachoeira, não achei grandes coisas. Preciso voltar para falar melhor sobre.

Complexo da Vargem Grande: outro local bem fotogênico, embora não seja o mais legal para ficar. O acesso é facinho, facinho, e ainda é no caminho para o Poço da Esmeralda.




Na trilha. Crédito: eu.


O bar da entrada do Complexo Vargem Grande. Crédito: eu.


Poço da Esmeralda: tem esse nome por conta da água, que é verdinha. Minhas fotos não ficaram a altura, mas é um local bem bonito. Ao fundo tem uma queda-d’àgua pequena, onde vc pode sentar nas pedras e ficar recebendo a massagem natural. Ô delícia!

Ó eu lá no fundo. Crédito: Leo.


Nossa, isso porque eu ia ser sucinta, né? Como este post já está muito grande, falo num próximo sobre os lugares para comer.

Beijos,
Manu

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